quinta-feira, 15 de julho de 2010

ORQUÍDEA DO MÊS: Acaccallis cyanea Lindl.

Ninguém pode negar a beleza particular dessa espécie de orquídea, que é a Acaccallis. Com suas flores formadas por pétalas e sépalas púrpura-rosadas, variando dos tons mais claros aos mais escuros e possuindo uma nuance destacada em seu ápice e um labelo rosa-esbranquiçado fortemente manchado de púrpura rosado, foi proposta por John Lindley, em 1853 apartir de amostras coletadas perto da cidade de Manaus.
Sua distribuição inclui a Colômbia, Venezuela e Brasil. A nível nacional, os estados originários desta são Acre, Amazonas, Mato Grosso, Pará e Rondônia.
Seu nome é derivado da palavra Acacálide, nome de uma ninfa amante do Apolo, deus grego do sol e patrono da música, da verdade, da medicina e da profecia.
Ironicamente, esta espécie é sempre encontrada debaixo das copas florestais, na umidade da parte mais baixa, sempre protegida de luz solar direta. Seus indivíduos são normalmente epífitos de hábito escadente, ou seja, desenvolvem-se em florestas com altas temperaturas e um grado de umidade elevado e constante o ano inteiro, vegetando junto a rios e igapós (riachos), chegando a permanecer submersos por semanas durante o período das enchentes amazônicas.
Possui folhas medianas, de 20 cm e com nervuras salientes. Apresenta pseudobulbos achatados e rizoma de crescimento ascendente. A inflorescência ocorre geralmente do mês de Agosto em diante, com a brotação advinda da base dos pseudobulbos, dando de 3 a 7 flores, cada uma medindo de 3 a 6 cm de diâmetro, mas nunca abrem completamente, possuindo aroma suave e duração de vinte dias.
Devido à umidade requerida, ela é considerada uma planta de difícil cultivo nas regiões quentes, e somente possível nos estados do Sul do Brasil em estufas e ambientes que simulem o habitat. Suporta temperatura média entre 25º e 35º diurnos e 20º noturnos. Não gosta de ser reenvasada e dividida com freqüência. Deve ser mantida em local sombreado, pois possui folhas muito sensíveis à luminosidade intensa e suas flores perdem o tom azulado. Por causa da necessidade de umidade constantes, deve-se ter muito cuidado com o ataque de fungos. Nos locais com baixa umidade, alguns orquidófilos têm obtido resultados satisfatórios com umidificadores artesanais, fabricados apartir de garrafas pet cortadas e sobrepostas de forma a manter um acúmulo constante de água na base.
Quatro espécies são reconhecidas como válidas: Acacallis cyanea, fimbriata, hoehnei and rosariana. Existem ainda duas espécies dúbias, Acacallis coerulea e Acacallis oliveriana (ambas possivelmente Acacallis fimbriata).

Fontes: Fontes: Francisco Joaci de Freitas Luz, "Orquídeas na Amazônia", Online Editora - 2001.


quarta-feira, 14 de julho de 2010

A Lógica no Julgamento das Orquídeas

“Por que essa planta ganhou se aquela é mais bonita?”
Essa é uma pergunta freqüente durante uma exposição de orquídeas, quando muitos observam as plantas premiadas e não são uma nem duas respostas que servem à pergunta. São inúmeras!
Em primeiro lugar, cada planta é julgada dentro de uma categoria- espécies brasileiras, estrangeiras, híbridos, microorquideas, botânicas, exóticas e assim por diante. Uma categoria não compete diretamente com outra pois cada uma delas tem as suas peculiaridades.
Deve-se considerar depois o aspecto horticultural da planta, isto é, seu estado sanitário, a presença de pragas e doenças, a arrumação da planta no vaso e sua identificação correta.Por fim, vem o julgamento técnico da flor. Considera-se, então, a disposição das flores na inflorescência, quantidade de flores ostentada, a cor, a forma, a substância, a textura.
Assim, a forma geral das flores deve apresentar-se quase redonda e cheia, isto é, desenhando-se um círculo circunscrito que tenha como centro a base da coluna e tangenciando as extremidades das pétalas, sépalas e labelo, a flor deverá preencher a maior parte possível da área do círculo. As sépalas devem formar por si mesmas quase um triângulo eqüilátero e as pétalas mais o labelo também um triângulo eqüilátero, mas invertido.
As sépalas devem ser largas, preenchendo as aberturas eventualmente existentes entre as pétalas e o labelo. Existem variações nesse modelo de acordo com a planta julgada mas, em geral, assemelham-se muito ao que é descrito acima.
Dessa forma as flores são julgadas e premiadas e, embora esse julgamento muitas vezes não atenda às expectativas do público (e nem de todos os expositores), teoricamente é realizado da forma mais imparcial e lógica possível.Observa-se, também, que uma planta tecnicamente completa e perfeita não é uma coisa lá muito comum, principalmente na natureza… Mas elas existem!Não resta dúvida que, independente da sua qualidade técnica, qualquer orquídea é muito bela e aos nossos olhos parece perfeita, provando a existência de uma Força Superior.
Desenho esquemático de uma flor de orquídea tecnicamente perfeita:

Créditos: Acervo da AOI- Associação Orquidófila de Itaguara – MG, por Saulo Oliveira. Disponivel no http://www.orquidariocuiaba.com.br/exposicoes/a-logica-no-julgamento-de-orquideas/